quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Quando Ana me deu um anel, eu disse que não. Aí ela me ofereceu um pedaço de bolo e eu abaixei a cabeça. Então, foi a vez dos pratos quebrados. Depois dos pratos pra eu quebrar. A tranqueira era sempre um mas. Trancada na cama, deitada, crescendo e não era mais nada o que eu queria. Era sem-querer que eu não encontrava, os traços cresciam, os cacos caíam e eu não. A culpa não era de Ana. Era o tempo passar vazio, vaga lembrança de uma silhueta que não existe mais. Não ponho os pés no chão por que não tenho memória. Não tem nada a ver com Ana. Ela, alva, é que não haveria de trazer um navio para me embarcar. Eu perderia de vista toda a terra. Eu mergulharia, Ana me levaria, eu seria âncora.

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